Aerofones

Aerofone de palheta livre

Hohner
Alemanha, fim do século XIX
Marca de fabrico “Hohner”

Materiais: metal, cartão, madeira, pele

Proprietário: Rodrigo Camacho / AMCX

Descrição:
A = 280mm x L = 225mm x profundidade = 150mm

Afinação em Dó
Fole feito de cartão grosso especial, dobrado em catorze gomos fixados nas partes laterais. Duas palhetas de metal por cada botão.
Fileira de dez botões sob a mão direita com vinte sons disponíveis. Quatro dispositivos para registos sonoros de madeira torneada (alavanca, no sentido ascendente e descendente), colocados no canto superior direito, os quais servem para mudar o timbre do som.
Três chaves de metal para a mão esquerda – duas, colocadas na caixa de ressonância, são os baixos (duas notas graves e dois acordes) que têm a função de acompanhamento da melodia (Dó – tónica, Sol – dominante), e uma outra chave do ar, situada na parte de trás.

Aerofone de aresta

Couesnon & C.ie
França – Paris, fl. entre 1888-1931

Gravação junto à campânula: COUESNON & C.ie / A PARIS

Materiais: madeira de ébano, metal

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 600mm
Ø = 25mm
Ø = 30mm
Ø 3= 68mm

Afinação: Mi b

Sistema: 17 chaves

Clarinete em mi b (utilizado especialmente nas bandas militares, mas também nas orquestras). Instrumento de sopro de madeira de palheta simples, batente, e tubo cilíndrico fechado (o primeiro harmónico dista uma 12ª da fundamental). A sua forma actual data de 1700. Nos nossos dias, o instrumento é divisível em quatro [ou cinco] secções: campânula, 1ªpeça, 2ª peça, barrilete e boquilha (com palheta); o sistema utilizado compreende entre 20 e 22 chaves.
Instrumento dividido em 5 secções (campânula, corpo – 2 peças, barrilete e boquilha). Possui 5 orifícios e 17 chaves (2 abertas).

Aerofone de bocal

Custódio Cardoso Pereira & Cª
Portugal, Rua do Carmo, 13 - Lisboa, post. 1861

Gravação junto à campânula: C C Pereira & Cª / R. Do Carmo, 13 / Lisboa

Materiais: latão

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 564 mm
Ø2 = 246 mm

Afinação:

Sistema: 3 pistões + 1 pistão (auxiliar)

Possui quatro cilindros e quatro pistões respectivamente. O quarto pistão está dissociado da caixa de pistões central, servindo como auxiliar para as notas mais graves, e é activado pela mão esquerda. O bocal é removível.

Aerofone de bocal

[Ernest Day?]

Inscrições pouco legíveis gravadas junto à campânula: ERNEST DAY [...] / Instrument / BIELENELED [?]

Materiais: metal

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 396mm
Ø1 = 12mm
Ø2= 145mm

Afinação: Si b (?)

Sistema: três válvulas rotativas [rótulas] (“de rodízios” segundo a designação utilizada na Banda dos Artistas)

“Instrumento de pistões em latão afinado em Sib com a mesma mesmo tessitura do cornetim. Corpo cónico, campânula ampla e o grande formato da sua antecessora, a corneta de chaves. O bocal tem uma taça profunda, em forma de quase funil e um tubo deslizante serve-lhe o ajustamento da afinação. A sonoridade é redonda e suave, embora áspera como o Cornetim quando este instrumento é tocado em forte intensidade sonora”.
Neste exemplar os pistões e cilindros substituídos por sistema de válvulas rotativas. O instrumento possui um bocal removível.

Aerofone de bocal

Olímpio Medina
Portugal, Coimbra, post. 1920

Gravação junto à campânula: OLIMPIO MEDINA / COIMBRA

Materiais: latão

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C1 = (tubo em “U” e campânula) 725mm
C2 = (onde se encontra o bocal e as válvulas) 635mm
Ø1 =13mm
Ø2 = 195mm

Sistema: 4 válvulas/rótulas

Um aerofone de vibração labial da família dos metais de corpo cilíndrico. Os trombones mais comuns são entendidos como correspondentes ao ao tenor e baixo do trompete [soprano-contralto]. Na sua forma mais usual, o trombone é caracterizado por uma vara telescópica com a qual o tocador varia o comprimento do tubo; daí o termo “trombone de varas” (...)
Ainda que Heinrich Stölzel, co-inventor do pistão, tenha considerado a aplicação da sua invenção ao trombone, foram outros construtores sediados em Viena que na década de 20 do século XIX, empregaram o sistema de pistão duplo a este instrumento. Fabricado em tessituras correspondentes a alto, tenor e baixo, os trombones de pistões atingiram um pico de popularidade pouco depois da metade do século XIX. Em 1890, de acordo com Constant Pierra, as orquestras germânicas e italianas usavam frequentemente um trombone baixo de pistões, e até a meados do século XX trombones de pistões (muitas vezes lado a lado com trombones de varas) eram comuns em bandas e orquestras de teatros nos países latinos, Europa de Leste e Ásia (...) Desde cerca de 1840, foram produzidos instrumentos destinados a bandas montadas e marchantes em vários modelos verticais (tuba) e circulares (hélicon). Entre estes, figurava o “Armeeposaune” (ger: “trombone de exército”) inventado por V. F. Cerveny de Hradek Krávolé em 1867; o instrumento empregava um sistema com válvulas rotativas, e era fabricado em diversas afinações, , desde o alto em Fá até ao contrabaixo em Sib. Os instrumentos tenores e baixos são frequentemente equipados com uma quarta válvula que, como em outros instrumentos de sopro congéneres, abaixa a afinação uma 4ª perfeita, sendo todavia prejudicada a afinação na tessitura deste instrumento. A constante necessidade de corrigir a afinação através da embocadura e a dificuldade de produção sonora, resultante da morfologia do instrumento, (sobretudo são as lacunas do trombone de pistões. As vantagens são a melhor facilidade na execução técnica (por exemplo. em certos trilos), a compacticidade, e o uso da mesma digitação em todos os instrumentos (alto, tenor, baixo) da família da família dos metais.
Este trombone “de rodízios” segundo a designação utilizada na banda dos artistas funchalenses, é equipado com um sistema de 4 válvulas rotativas em substituição dos pistões. Possui um bocal removível e o seu corpo é composto por duas peças - a primeira comporta as válvulas ou rotulas, e o suporte para o bocal. A segunda em “u” termina com a campânula.

Aerofone de aresta

[ Haupt ou Manuel Silva (?) ]
Portugal (?), c. século XIX

Materiais: madeira de ébano, metal

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 510mm
Ø1 = 13mm Ø2 =_24mm

Afinação:

Sistema: 5 chaves

“Dividida em 3 ou quatro peças, é na primeira, a superior, que está naturalmente a embocadura e a rolha que, accionada por um parafuso que a liga ao chapéu por uma ligeira rotação, regula a necessidade de afinação(...)
De cana, de madeira, de marfim ou de vidro, de borracha, de metal branco, de prata e de oiro, a flauta que chegou a ter dezassete chaves, começou por não ter nenhuma e tem hoje onze. Os principais aperfeiçoamentos da mecânica deste instrumento devem-se a Quantz, Tromlitz, Grenzer, Schwedler e Bohm, que foi quem lhe deu maior número de possibilidades artísticas.”
Instrumento de madeira em forma cilíndrica, composto por quatro peças, 6 orifícios (sem chave) e 5 chaves.

Aerofone de bocal

Custódio Cardoso Pereira & Cª
Portugal, Rua do Carmo 13 - Lisboa , post. 1861

Gravação junto à campânula: C C Pereira & Cª / R. Do Carmo, 13 / Lisboa

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Materiais: latão

Descrição:
C = 430 mm
Ø2 = 184 mm

Afinação: Mi b

Sistema: 3 pistões

Instrumento da família dos saxhornes, tradicionalmente designada na banda dos Artistas Funchalenses por “trompinha de Nossa Senhora. Possui bocal removível e sistema de 3 pistões.

Aerofone de bocal

Materiais: latão

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 330mm
Ø2 = 119mm

Afinação: Si b

Sistema: 3 pistões

Aerofone de pistões da família dos metais com afinação em contralto ou soprano, desenvolvido nos finais dos anos 20 do século XIX.
Os três pistões são na maioria dos modelos posicionados depois do tubo principal mais ou menos a meio do comprimento da tubulação sonora. Há um cone mais pronunciado entre o receptor do bocal e os pistões do que no trompete moderno. A forma do bocal do cornetim moderno não é substancialmente diferente da do trompete moderno, mas o furo é mais pequeno e menos cónico. O cornetim afinado em Sib em uníssono com o trompete Sib é o mais comum, o cornetim soprano em Mib também é usado regularmente. O cornetim é normalmente um instrumento transpositor, sendo escritas peças para cornetim em Sib dois “semi-tons acima do seu tom”.
O compasso escrito vai de Fa# a Dó, embora alguns tocadores subam uma oitava. Os tipos de surdinas usadas no trompete podem também ser usadas com o cornetim.
Corpo com três cilindros, três pistões e bocal removível. Mau estado de conservação, estando em falta a bomba de afinação.

Aerofone de bocal

Couesnon Paris
Paris – França, post. 1931

Gravação junto à campânula: Couesnon Paris / Made in France

Materiais: metal

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 505mm
Ø1 = 10mm
Ø2= 147mm

Afinação: Si b

Sistema: 3 pistões

“Instrumento de pistões em latão afinado em Sib com a mesma mesmo tessitura do cornetim. Corpo cónico, campânula ampla e o grande formato da sua antecessora, a corneta de chaves. O bocal tem uma taça profunda, em forma de quase funil e um tubo deslizante serve-lhe o ajustamento da afinação. A sonoridade é redonda e suave, embora áspera como o Cornetim quando este instrumento é tocado em forte intensidade sonora”
Instrumentos composto por três cilindros e três pistões rematados com chapas em madrepérola. Possui um bocal removível.

Aerofone de bocal

Custódio Cardoso Pereira & C.ª
Portugal, Rua do Carmo, 9-13 / Lisboa, post. 1861

Gravação junto à campânula: C. C. PEREIRA & C.ª / 9, R. [JO?] CARMO. 13 / LISBOA / SUPERIOR

Materiais: latão

Proprietário: Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses)

Descrição:
C = 820mm
Ø2 = 340mm

Afinação: Mi b

Sistema: 3 pistões

Instrumento da família dos metais com pistões. Corpo cónico de diâmetro amplo em latão.. A tubulação (esta palavra não está listada em prontuário; tubagem) é geralmente enrolada em forma elíptica e termina, num extremo, em campânula larga (habitualmente apontada para cima) e, noutro, num bocal em forma de taça, de profundidade ampla. O instrumento tem como fundamental Dó1 (ou mais grave) e está equipado com 3 a 6 (frequentemente 4, raramente 7) pistões para alterar o comprimento da tubagem e, consequentemente, a fundamental.
Um grupo de instrumentos relacionados, de várias formas e tamanhos, pode ser referido como constituinte da família da Tuba, sendo genericamente referidos como baixos da família dos metais. Os mais importantes são o Eufónio (às vezes nomeado, especialmente nos EUA, como Trompa Barítono), que é, essencialmente uma Tuba tenor em Sib; e o helicorne e o sousafone, que são ambos tipos de Tuba-baixo distintos da restante família pela sua forma circular. Os membros menos relevantes do grupo dos saxhornes são também por vezes considerados como parte integrante da família da Tuba.